Arquitetos criticam a construção de elevados e dão ideias para o Rio


Arquitetos listam construções que deveriam ser remodeladas no cenário carioca


O Rio de Janeiro é a Cidade Maravilhosa em vários aspectos absolutos. A beleza natural das montanhas e praias, as florestas e parques públicos, os monumentos históricos e modernos, e por ai vai. Mas também há alguns lugares e construções que muitos prefeririam uma mudança radical, um desses é o o Elevado do Perimetral, este que liga o Caju ao Centro do Rio, cortando diversos bairros e que modificou totalmente a estética do Porto do Rio de Janeiro, bloqueando a vista e deixando a região histórica menos bonita. Por isso, o prefeito Eduardo Paes decidir demolir o elevado, trazendo mais beleza para a região, principalmente para a Praça Quinze.

Nos anos 70, a moda no Rio era construir elevados e viadutos, muitos desses em locais de belezas únicas da cidade, enfeiando ou escondendo tais belezas. Além da Perimetral, outro local que os arquitetos sonham ver abaixo é o Elevado Paulo de Frontin, um dos símbolos que desvalorizou as belezas de Rio Comprido, incluindo o ar bucólico e a desvalorização imobiliária dos apartamentos próximos a via.

- O que fizeram foi um crime, um agressão a uma área belíssima. Antes do Elevado Paulo de Frontin, aquele área parecia Petrópolis, com casas dos dois lados e um canal no meio — diz o arquiteto e urbanista Nireu Cavalcanti.

O Jornal O GLOBO fez uma simulação de como ficaria a avenida Paulo de Frontin sem o elevado (foto acima), mostrando uma área mais arborizada em uma avenida margeando o canal. Algo que o povo de Rio Comprido merece.

O arquiteto Pablo Benetti não poupou ao dizer que "estes elevados são um horror do ponto de vista estético", criticando o governo que não investiu no transporte ferroviário ou metroviário, trazendo essa dependência rodoviária dos moradores da cidade. Ele pensa que esses elevados poderiam ser desfeitos e havendo a construção de vias com parques em volta, desapropriando as áreas.

Outros locais criticados pelos arquitetos foram o Minhocão da Gávea, o viaduto da 31 de Março no Catumbi e os arredores da Linha Vermelha. O Prefeito Eduardo Paes não quis comentar a opinião dos arquitetos.

O último prefeito que teve a ousadia de sair derrubando tudo que não era positivo para o Rio de Janeiro - e que enfeiava a cidade - foi Pereira Passos, apesar das críticas, suas obras mudaram o panorama do Rio de Janeiro no início do século XX, transformando o Rio de Janeiro em uma capital nos moldes europeus, incluindo a construção da atual Avenida Rio Branco, hoje considerada como uma das principais em toda a cidade. Pouco depois desses investimentos, o Rio foi aclamado mundialmente com o título que possui até hoje de "Cidade Maravilhosa". Outras obras de Pereira Passos foram o Mourisco (em Botafogo), a Avenida Beira-Mar, a reforma da rua Sete de Setembro, o Aterro do Flamengo e de Botafogo, o Palácio Monroe (já demolido), a Avenida Maracanã, a Avenida Atlântica, o alargamento da Uruguaiana, o pavilhão da Praça XV, entre outros.

Enquanto isso, essas obras continuam apenas no sonho.

Texto escrito e postado por  Rafael Oliveira, 24 de Fevereiro de 2012

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