NYT culpa governo pela tragédia na Região Serrana


Reportagem do The New York Times revela que as tragédias relacionadas as chuvas no Brasil é consequência da má vontade do Governo.

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A reportagem do jornal The New York Times confirma o que eu comentei na última reportagem desse Blog sobre a real culpa das destruições causadas pela chuva que já matou mais de 700 pessoas só no Rio de Janeiro.

A reportagem relata a opinião de um grupo de especialistas. A primeira foi uma professora da Universidade Católica de Louvain, em Bruxelas - que dirige um centro de catástrofes, ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela declarou que acredita que é falta vontade política e priorização da pauta "gestão das inundações" por parte das autoridades públicas brasileiras.

Os especialistas fizeram uma relação com um problema similar que também aconteceu no início desse ano na Austrália. A Austrália também sofreu com fortes inundações, porém a quantidade de mortes foi bem menor que a do Brasil, onde em toda Austrália morreu 28 pessoas. A comparação revela "uma grande lacuna na preparação dos países e das suas políticas de gestão de inundações". A última vez que a Austrália passou por uma chuva tão intensa foi em 1970, porém o Governo local investiu para evitar problemas futuros, diferente do Brasil.

"Em um país como o Brasil, que não é um país pobre, onde as competências tecnológicas e os recursos não são realmente um problema, um grande número de pessoas morrendo em inundações não é um bom sinal", disse Debarati. O Brasil carece, segundo ela, de "vontade política e de priorização, por parte das autoridades públicas, da questão da gestão das inundações".

Os leitores desse blog também sabem que o Brasil aparece na lista de um dos países mais corruptos do mundo, logo vemos para onde vão as verbas que deveriam prevenir acidentes e mortes. Sem contar que o próprio Brasil "investe" para construir casas em encostas, morros e favelas, por isso acontece essas coisas, já que sempre que alguém quer acabar com essas casas em locais impróprios - seja em favelas ou de classe alta - há muitos que são contra.

A reportagem do jornal norte-americano também lembra a citação que também postei nesse Blog durante essa semana, lembrando que o Brasil é um país de tamanho continental, abençoado por Deus, por não sofrer com grandes problemas climáticos como terremotos, tornados, furacões, nevascas e vulcões em erupção.

A reportagem traz uma entrevista com Margareta Wahlstrom, secretária-geral adjunto das Nações Unidas, especialista em Estratégia Internacional para Redução de Desastres. Ela lembrou que o Brasil é um país de dimensões continentais abençoado por não ser ameaçado por desastres naturais como, por exemplo, terremotos, tornados, furacões, nevascas e vulcões em erupção.

Debarati Guha Sapir informa que o Brasil sofreu 37 inundações catastróficas desde 2000. "Sete ocorreram em 2009 e quatro, em 2008. Os desastres relacionados com a chuva afetaram cerca de cinco milhões de pessoas durante as últimas duas décadas", disse ela.

Ano passado 280 pessoas morreram em todo Estado do Rio de inundações e deslizamentos de terra no ano passado. Já em São Paulo o número chegou a no mínimo 75 mil. Também não podemos nos esquecer das 130 pessoas que morreram durante as fortes chuvas em Santa Catarina, em 2008.

Infelizmente enquanto o Brasil não dar um basta e trouxer investimentos nessa área, esse número só irá aumentar. O NYT resumiu isso como "falta de vontade política", eu aprovo.

Texto escrito e postado por Rafael Oliveira, 17 de Janeiro de 2011

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